Data de Início do Caso: 31 de março de 2025
Localização: Bairro Westbridge, uma região tranquila e de classe média-alta na cidade.
Cliente: Evelyn Graves, 67 anos, professora de literatura aposentada.
Ontem, recebi um caso intrigante. Uma mulher chamada Evelyn Graves veio até mim com um problema peculiar: todas as noites, alguém deixa bilhetes enigmáticos em sua porta. O detalhe mais estranho? Nenhuma câmera de segurança da rua captura qualquer suspeito, e a caligrafia dos bilhetes muda a cada dia.
Evelyn é uma senhora distinta, com um olhar atento e uma voz que carrega a experiência de anos ensinando literatura. Ela chegou em minha casa pontualmente, às 9h30, segurando uma pasta de couro que, mais tarde, descobri estar repleta de bilhetes cuidadosamente preservados. Sua vestimenta refletia uma elegância discreta: um casaco de lã cinza sobre um vestido de tecido fino, com um broche dourado preso na gola.
Ao colocar os papéis sobre a mesa, percebi que cada um era escrito em tinta preta, sem assinatura, contendo frases curtas, muitas vezes poéticas. Algumas eram trechos de autores clássicos, como Emily Dickinson e Edgar Allan Poe; outras, mensagens mais subjetivas, como se fossem fragmentos de um pensamento incompleto.
Bilhetes Recebidos:
27 de março: "Sombras dançam ao amanhecer, sussurram nomes esquecidos no vento."
28 de março: "O eco do passado ainda canta na noite. Você consegue ouvi-lo?"
29 de março: "As respostas não estão na luz, mas no espaço entre as palavras."
30 de março: "O tempo se repete como um relógio quebrado. Quando perceberá a verdade?"
31 de março: "A tinta seca, mas as palavras nunca morrem."
Ela garantiu que não tem inimigos. Nunca recebeu ameaças. Não possui um passado obscuro, pelo menos não que tenha revelado. Seu histórico profissional é limpo, sem conflitos com alunos ou colegas de trabalho. Mas sua expressão séria e o leve tremor nas mãos enquanto falava indicavam um desconforto evidente.
Padrões e Análises Iniciais
A primeira coisa que fiz foi examinar os bilhetes. Apesar das mudanças na caligrafia, notei que havia um padrão. As frases, quando organizadas em ordem de recebimento, pareciam formar uma espécie de narrativa. Além disso, a escolha das palavras indicava um conhecimento literário profundo, como se o autor ou autores tivessem uma ligação com literatura ou escrita.
Outro ponto curioso: os bilhetes nunca vinham dobrados ou amassados, sempre deixados de maneira meticulosa na entrada da casa. Isso significa que quem os entrega tem um cuidado especial, quase como um ritual. Quando perguntei sobre horários, Evelyn disse que sempre os encontra ao amanhecer, o que sugere que são deixados entre 2h e 5h da manhã.
Análise Forense dos Materiais
Papel: Textura levemente áspera, cor creme. Possivelmente papel reciclado de alta qualidade, o que sugere um escritor cuidadoso.
Tinta: Preta, mas com pequenas variações de tonalidade entre os bilhetes. Isso pode indicar o uso de diferentes canetas ou até de diferentes pessoas escrevendo.
Caligrafia: Nenhuma das amostras é idêntica, mas existem similaridades sutis na maneira como certas letras são formadas. Talvez um grupo pequeno de pessoas envolvidas?
Verificação das Câmeras de Segurança
O próximo passo foi verificar as câmeras de segurança da rua. Como esperado, não havia sinais de ninguém se aproximando da casa dela durante a madrugada. Ou o responsável conhece bem os ângulos das câmeras e sabe evitá-los, ou há outro elemento em jogo que ainda não considerei.
Entrevistei dois vizinhos de Evelyn, o Sr. Leonard McCarthy, 72 anos, e a Sra. Adelia Simmons, 55 anos. Nenhum deles relatou ter visto algo estranho, mas Adelia mencionou ter ouvido um barulho baixo, semelhante a passos na calçada, por volta das 3h15 da madrugada de 28 de março. Infelizmente, ela não viu nada ao olhar pela janela.
Depoimentos
Sr. Leonard McCarthy (72 anos, vizinho da casa ao lado)
"Conheço Evelyn há mais de 20 anos. Ela sempre foi uma mulher reservada, mas muito educada. Nunca teve problemas com ninguém por aqui. Quanto a esses bilhetes, é estranho. Não vi ninguém deixando nada na casa dela, e eu sou do tipo que observa a rua de madrugada. Tenho insônia, sabe? Mas… agora que você mencionou, acho que vi algo incomum no dia 29. Por volta das 4h da manhã, a luz do poste na frente da casa dela piscou algumas vezes, como se alguém tivesse passado rápido por ali. Achei que fosse só um problema elétrico, mas agora não sei mais…"
Sra. Adelia Simmons (55 anos, vizinha da casa em frente)
"Olha, eu não costumo me meter na vida dos outros, mas essa coisa dos bilhetes me deixou intrigada. Na madrugada de 28 de março, eu acordei para pegar um copo d’água e juro que ouvi passos na calçada. Não era um carro, não era um animal. Eram passos, leves e cautelosos, como se alguém tentasse não fazer barulho. Olhei pela janela, mas não vi nada. Foi estranho… Como se a rua estivesse vazia, mas eu soubesse que alguém estava lá."
Jovem entregador de jornais (19 anos, passa pelo bairro de bicicleta às 4h30 da manhã)
"Eu passo por essa rua todos os dias de madrugada. É bem tranquila, quase sem movimento. Mas agora que você falou… No dia 31, tive a impressão de ver uma sombra perto da cerca da casa da Sra. Graves. Não vi detalhes, só um vulto parado. Achei que fosse só cansaço meu, mas agora estou me perguntando se alguém estava realmente ali."
Os depoimentos indicam que há alguém na rua durante a madrugada, mas a identidade do responsável e o motivo dos bilhetes ainda são um mistério. Isso torna tudo ainda mais inquietante…
1. Admirador secreto ou mensagem pessoal? O tom dos bilhetes sugere um destinatário específico, mas Evelyn insiste que não reconhece nenhum padrão claro.
2. Múltiplas pessoas envolvidas? A mudança na caligrafia pode indicar mais de um autor. Isso levanta questões sobre um possível grupo enviando mensagens.
3. Conhecimento profundo da vítima? O uso de trechos literários e a escolha das palavras sugerem que o remetente tem um conhecimento íntimo da história e dos gostos de Evelyn. Alguém do passado? Um ex-aluno?
Antes de encerrar nosso primeiro encontro, pedi que Evelyn me deixasse uma cópia de todos os bilhetes. Vou analisá-los com mais calma, procurar padrões linguísticos, pistas na tinta e no papel. Também pretendo visitar a vizinhança novamente, conversar com mais moradores para descobrir se alguém notou movimentações suspeitas.
Este caso tem camadas. A princípio, pode parecer apenas uma brincadeira inofensiva ou um admirador secreto, mas há algo na forma como Evelyn se preocupa que me faz acreditar que há mais por trás disso. Alguém quer se comunicar com ela, mas por quê? O que essas mensagens realmente significam?
Ainda há muitas perguntas sem resposta, mas como sempre, a verdade está lá fora esperando para ser descoberta.
Atualizações serão postadas conforme o caso avança. Se você tem teorias ou já viu algo parecido, me avise nos comentários, DM ou telegram.